quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

...

Perder um filho, seja por um aborto espontâneo ou na gravidez já avançada, é uma dor muito grande que uma mãe pode sentir, por ter acontecido uma interrupção do fluxo natural da vida, que é gerar, gestar, parir e criar. Mas não prosseguiu... E essa perda é como arrancar literalmente um pedaço de nós... e não temos nem como descrever , por ser uma mistura de dor física, psicológica, raiva, rancor, amargura, duvidas e etc... Vivemos cheias de “se isso, se aquilo” e a culpa... que por mais certo que tenhamos feito, sempre achamos que poderíamos ter feito mais...
A dor física é a separação que será pra sempre... como se tivessem cortado um membro...
A dor psicológica nos anestesia, nos dopa...
A raiva é o sentimento em que temos com tudo e com todos à nossa volta, e principalmente relacionada a si, pois se associa a culpa... Culpa e retrospecto do que fizemos de errado, porque não fizemos diferente tais coisas, como e o que poderia ter sido feito para ter evitado tudo isso.
E infelizmente sentimos todas essas coisas praticamente de uma só vez... e isso faz parte da elaboração do luto... e como não há regras... cada um vivencia de uma forma... isso vale para que cada uma consiga atravessar a dor e continuar a viver... ainda com um sentimento de estar morta...
As pessoas que estão à nossa volta que muitas vezes não sabem o que dizer ou como expor seus conselhos, eu diria que o melhor a fazer neste caso é apenas o de ouvir, ficar próximo, se colocar ao lado, se fazer presente, abraçar, amparar e não ficar expondo opiniões pessoais, porque só essa mãe de colo vazio é que sabe o valor que tinha esse filho e principalmente o tamanho da sua dor.
Perder um filho é literalmente perder um pedaço de nós, sobreviver à perda, se reconstruir do nada, é sentir a dor gritando no peito.

Nenhum comentário:

Postar um comentário